Crítica | Jigsaw- Jogos Mortais

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Jogos Mortais é uma das franquias mais marcantes da atualidade do gênero de terror. Quando começou lá no remoto ano de 2004, o até então desconhecido James Wan apresentou um filme que trazia um novo tipo de terror slasher, que apostava mais na agonia que as cenas podiam gerar do que nos habituais e já saturados jump scares dos vários filmes do gênero.

O primeiro filme foi feito de maneira mais independente e teve um orçamento de 1,2 milhões de dólares, mas quando lançado rendeu 104 milhões de dólares. O filme trazia uma proposta relativamente nova, personagens cativantes, cenas agonizantes que marcaram o cinema e um vilão que mal aparece no filme mas que tinha algo de diferente. Jogos Mortais deu uma revivida no gênero de slasher, que já havia meio que morrido nos anos 90.

A Paris Filmes convidou o Portal para assistir ao último filme da franquia, Jigsaw- Jogos Mortais, e eu como bom fã de terror e também da saga fui lá conferir.

Jigsaw- Jogos Mortais traz um grupo de pessoas que não conseguem admitir seus erros e se julgam perfeitas, que se veem presas em uma armadilha similar a de um antigo assassino dado como morto. Eles devem seguir as regras se quiserem sobreviver, por mais brutais que possam parecer. Enquanto o jogo acontece, a polícia investiga uma série de corpos que estão aparecendo na cidade e trazem a marca característica do Jigsaw.

 

O filme tem alguns acertos como a fotografia, algumas cenas que produzem uma agonia torturante no telespectador que eu particularmente gostei e um plot twist meio forçado que me surpreendeu em partes também. Mas no grande geral o filme cai na mesma formula dos outros 7 filmes, que é uma formula que deu certo em 2004 e que já está começando a saturar para a franquia com algumas diferenças em relação ao primeiro. Dessa vez por exemplo se torna impossível gerar qualquer empatia por qualquer personagem do filme, todos parecem compartilhar da mesma personalidade e são bem esquecíveis. As histórias pessoais dos personagens também, tem o foco apenas de chocar o público mas não acrescentam em nada na história principal do filme. As armadilhas desse filme também foi um problema para mim, coisas que se tornavam brutais e agonizantes como o dilema de cortar a perna com uma serrote para sobreviver ou ficar com a cabeça presa dentro de uma armadilha para urso, foram substituídas por cortadores a laser, seringas com ácido e outras bugigangas que não possuem lógica nenhuma no funcionamento, apenas estão jogadas lá. Além disso tudo, se você for fã provavelmente perceberá a bagunça feita na linha do tempo da franquia, coisa que acaba acontecendo quando se prolonga tanto uma história que já foi contada de maneira excelente.

Jogos Mortais, por mais que me doa admitir, caiu no grande limbo de filmes que viraram apenas formas dos estúdios lucrarem e não visam mais inovar nem trazer algo complexo. Basicamente essa é a cara do filme novo, além de possuir uma sinopse que poderia tranquilamente se encaixar com qualquer outro filme da série, o roteiro não traz nenhuma inovação. É um filme que diverte sim e traz a agonia dos outros filmes da série também, mas que no fim não é nada memorável. Um filme que você provavelmente nem vai se lembrar se é o 8º, o 7º, o 5º ou o 6º da série daqui um mês.