Crítica – Detetive Pikachu

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Falar sobre Pokemon é sempre complicado, pelo fato de se tratar de uma franquia enorme com legiões de fãs pelo mundo e que sempre se renova com sucesso. Podemos até pensar em outras franquias que migraram dos games para as outras plataformas de entretenimento mas é indiscutível que Pokemon é a franquia que conseguiu isso da melhor maneira, seja como um anime que dura 20 anos ou um  jogo mobile que conseguiu impactar o mundo de maneira simultânea. Então chegamos ao lançamento do ano da franquia: Detetive Pikachu.

O filme traz uma história pouco original, um jovem (Justice Smith) que se junta com um Pikachu (Ryan Reynolds) para resolver um mistério que assola a grandiosa Ryme City, uma cidade que tem um visual que lembra uma mistura entre Londres, Nova York e Tokio lotada de Pokemons e humanos vivendo de forma pacífica.

Apesar da pouca “inovação” no roteiro, Justice e Ryan Reynolds conseguem entregar muita emoção e parceria. Aqui temos um jovem que sonhava em ser treinador Pokemon mas que, como muitos jovens atualmente, se vê obrigado a abandonar um sonho para seguir uma carreira profissional, deixar literalmente de ser o player 1 para ser um NPC. Do outro lado temos um Pikachu falante, viciado em cafeína e sem memórias. Essa mistura deu muito certo e a química entre uma versão para baixinhos de Deadpool e um jovem frustrado tendo a chance de viver seu sonho novamente são o ponto alto do filme.

Outro ponto alto do filme está na presença do universo Pokemon em si. Fãs de longa data, pessoas que tiveram contato há 20 anos com um Charizard no anime e pessoas que conhecem só o Pikachu conseguem se envolver na temática de forma igual. O sentimento nostálgico está presente na primeira cena até a cena final com a aparição de Pokemons marcantes da série a todo momento. A trilha sonora do filme favorece (e muito) esse tom nostálgico presente no filme, versões das músicas famosas do anime podem ser facilmente identificadas até por aqueles que só eram fãs na infância.

Os pontos negativos estão no elenco de apoio. Personagens com nenhum carisma que não conseguem se envolver em toda aquela trama e correm por fora só para dar um sentido ao roteiro. Roteiro esse que pode ser considerado preguiçoso para alguns, pela forma que encontra as soluções, mas que se for pensado em um filme que visa o público infanto juvenil pode até fazer mais sentido.

Apesar desses defeitos, Detetive Pikachu me surpreendeu e trouxe a tona um sentimento nostálgico de Pokemon que eu nem sabia que tinha. O filme consegue de maneira muito eficaz trazer lembranças de infância para todos aqueles nascidos nos anos 1990 e início dos 2000, ao mesmo tempo agradar fãs recentes da franquia e até pessoas que só conhecem o Pikachu.