Cine Holliúdy 2 – A Chibata Sideral – Crítica

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Seis anos após o primeiro filme, Francisgleydsson está de volta na comédia “Cine Holliúdy 2 – A Chibata Sideral”. Na continuação dirigida por Halder Gomes, ambientada em 1980, o projetor de filmes decide fazer um longa-metragem junto esposa Maria das Graças (Miriam Freeland), o já crescido filho, Francin (Ariclenes Barroso) e os habitantes de Pacatuba. A inspiração vem após o protagonista testemunhar uma abdução alienígena, fazendo com que ele decida contar a história de Lampião contra extraterrestres.

 

Para quem não tinha ouvido falar do título anteriormente, vale uma contextualização: a história cearense já havia sido contada em um curta-metragem lançado em 2004. O enredo se tornou mais completo anos mais tarde, e 2012, na forma de longa. Desde então, o cearensês tem sido representado por Francisgleydsson e companhia na telas com direito até a legendas, ainda presente no 2º filme.

 

A continuação é bastante feliz na representação das dores e das delícias de se fazer cinema fora do circuito mainstream: o limite de orçamento, as gambiarras, o take que deu certo, os milhares que não deram e até a descrença alheia na escolha pela carreira fazem uma ponta no longa. Ele torna palpável ao público de fora do ramo o que boa parte dos realizadores passam ou já passaram, ainda mantendo nuances claramente voltadas ao público da área.

 

Se no primeiro filme há certo absurdos propositais, a sequência ultrapassa essa barreira com folga ao introduzir uma realidade sci-fi no sertão cearense. Pontos para o roteiro, que traz os elementos cômicos e fantasioso em forma dupla: tanto na história, quanto no filme rodado dentro dela. Os efeitos especiais são bons e críveis na medida certa, sem fugir do contexto caricato e escrachado da história.  

 

Em relação à comicidade propriamente dita, pode-se dizer que grande parte das piadas são boas e dão certo, porém a insistência no riso tirado por conta da visão do cego ou dos personagens LGBT do filme acabam minando parte da graça presente no longa. Em certos momentos a “fórmula do riso” usada desde o curta-metragem parece ter se esgotado e começado a se repetir.

 

Apesar de, por pouco, não conseguir atingir o nível do primeiro filme, ainda assim é difícil sair da sessão sem ter se divertido com a obra ou sem o ritmo e as expressões do cearensês em mente. Cine Holliúdy 2 – A Chibata Sideral é um filme que, mesmo em meio a toda a descontração proposta pelo seu enredo, mostra o quanto é possível seguir os sonhos e torná-los realidade.