Crítica – A Vida em Si

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A Vida em Si, longa-metragem dirigido por Dan Fogelman, é marcado pela intensidade do amor e pela tragédia da morte que conecta várias pessoas em uma só história. O enredo se inicia fazendo uma brincadeira com o narrador e alterna entre a situação presente e o passado para contar o real acontecimento, que por sinal, demora para se desenrolar e acaba cansando o telespectador. Após a morte rápida dos protagonistas apresentados inicialmente, é questionado se o enredo irá contar o passado para mostrar como a tal situação aconteceu e surpreende por acontecer justamente o contrário. Assim como a vida, a história continua e é dividida por capítulos. Capítulos que contam histórias completamente diferentes e faz o telespectador se perguntar se há realmente alguma conectividade entre eles, já que uma parte é contada com personagens, tempos e países diferentes. Mas apesar disso, o capítulo final se torna esclarecedor e evidencia a ruptura da perseguição dos sentimentos negativos e dá a sua continuidade se inspirando no amor ávido.

Um ponto negativo a se destacar é que a narrativa não ocorre com fluidez e naturalidade por evidenciar uma série de acontecimentos carregados de intensidade em um período curto, que são os diversos capítulos. O que traz como consequência a percepção de que a atuação de excelentes atores é exagerada. Um ponto que se destaca na trama é a ideia apresentada de que os narradores, inclusive o do filme, não são confiáveis. O que faz com que a capacidade do telespectador seja desafiada por algo óbvio. Outra analogia que chama a atenção é a exemplificação de que na vida existem vilões e heróis, mas que nem sempre eles são o que aparentam ser. Além disso, o filme faz ótimas referências às poesias sobre a efemeridade da vida, realizadas por John Keats; ao álbum Time Out Of Mind, de Bob Dylan, que é evidenciado e comparado ao enredo por possuir canções melancólicas e ter apenas uma música que representa o amor; à uma das cenas de dança mais adoradas do cinema para representar a espontaneidade, que é realizada por John Travolta (Vincent Veja) e Uma Thurman (Mia Wallace) dançando em PULP FICTION (1994), de Quentin Tarantino.

O filme evidencia como apenas um único acontecimento não é apenas capaz de tocar, transformar ou mudar uma vida e sim várias. A vida de fato é efêmera e como todos nós já sabemos, existem acontecimentos positivos e negativos que deixam uma marca. Porém, a marca que o A Vida em Si deixa é de que a narrativa poderia ter sido trabalhada de uma forma melhor para não cansar e deixar o telespectador confuso.