Crash Team Racing Nitro-Fueled – Review

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Crash está de volta! Após o sucesso da remasterização de sua trilogia clássica, era questão de tempo até a Activision resolver remasterizar o último título do marsupial que foi produzido pelos seus criadores: Crash Team Racing, lançado originalmente em 1999 exclusivamente para PlayStation.

Em Crash Team Racing, a Naughty Dog conseguiu realizar a difícil façanha de produzir o seu próprio “Mario Kart” sem parecer um clone genérico. Eles já haviam criado todo um universo para o personagem com a trilogia de plataforma – que naquela época o consagrou como um dos mascotes da Sony – e souberam usar perfeitamente todos esses elementos na criação do seu próprio jogo de corrida arcade.

A remasterização ficou a cargo da Beenox, que não só deixou o jogo mais bonito como também trouxe algumas novidades. Além de estender a vida útil do jogo, o conteúdo exclusivo de Crash Team Racing Nitro-Fueled também oferece desafios que darão dor de cabeça até para quem já era “pro player” de CTR há 20 anos atrás.

Dá até pra ouvir a musiquinha…

Mais velozes e mais furiosos

Se você estiver revisitando o jogo, pode ficar tranquilo porque todo o conteúdo do original está presente. Ainda contamos com uma campanha onde enfrentaremos o alienígena Nitrus Oxide e o impediremos de transformar a Terra em um grande estacionamento, além da presença dos modos de corrida única, campeonatos e batalha.

As novidades incluem um modo online para disputarmos corridas com amigos ou pessoas aleatórias, um novo modo na campanha e o pit stop, onde podemos comprar muitos itens cosméticos, mas falaremos melhor disso mais para frente.

Os personagens agora fazem expressões e movimentos únicos durante as corridas.

Agora a campanha conta com dois modos: o Nitro-Fueled e o clássico. No jogo original, tínhamos de escolher um personagem para jogar do início ao fim da história – esse é o modo clássico. No modo Nitro-Fueled, podemos escolher qualquer personagem e trocá-lo a qualquer momento, assim como customizar o kart com cosméticos que desbloqueamos e até escolher um nível de dificuldade.

Os personagens não se limitam apenas aos presentes no CTR. Também podemos jogar com qualquer personagem de Crash Nitro Kart, o segundo jogo de corrida do Crash, lançado para diversas plataformas em 2003. Todo o conteúdo de Crash Nitro Kart também foi remasterizado e está nesta versão, incluindo pistas, personagens e carros. É aqui que entra aquele pit stop que já havia sido citado antes.

Cada pista que completamos nos recompensa com moedas – é claro que vencer a corrida dá mais dinheiro do que apenas terminá-la, mas o jogo sempre te dá alguma coisinha. Essas moedas servem para comprar carros, rodas, skins, adesivos e personagens do Crash Nitro Kart no pit stop. Aqui já começa alguns probleminhas que poderiam ter sido evitados, mas não dá para ignorar o quão desbalanceado é a distribuição das moedas, o quão caro são esses itens e o modo como o pit stop funciona.

As pistas do Crash Nitro Kart não ficam atrás no quesito beleza.

Problemas financeiros

Os itens do pit stop se renovam a cada período completo no jogo (o que geralmente dura cerca de 24 horas). Todo dia ele apresentará novos itens para o jogador e caso a pessoa queira comprar um outro item que estava sendo anunciado antes, precisará torcer para ele aparecer novamente. Caso você compre outra coisa da mesma categoria daquele item, a loja irá apresentar outro do mesmo tipo em seguida, mas é tudo aleatório. Eu sinceramente não entendo o porquê resolveram montar a loja dessa maneira, porque além de não ser prático ainda desanima quem quiser comprar algo específico.

Até o Fake Crash tem roupinha!

Se não bastasse esse detalhe, tudo é muito caro e vai exigir uma boa jogatina até que você consiga juntar o valor dos itens mais baratos do pit stop. O dinheiro ganho durante a campanha é quase simbólico – com muita sorte você consegue 80 moedas por corrida, mas geralmente é muito menos. Já no modo online, a diferença das recompensas chega a ser absurda. Não importa se você chegue em primeiro ou em último lugar, as primeiras corridas sempre te recompensarão com valores surreais que chegam até a 600 moedas! É como se o jogo te forçasse a jogar online para comprar as coisas.

Mas se serve de consolo, esses itens são puramente cosméticos e não alteram nada nos atributos do seu corredor. Cada personagem possui suas características base e elas não podem ser mudadas. Se você escolher o Crash, por exemplo, ele apresentará um bom equilíbrio de todos os atributos e será razoavelmente fácil de jogar, enquanto o Tiny Tiger ou o Dingodile são personagens grandes e muito rápidos, consequentemente tendo menos mobilidade no carro, tornando-os mais difíceis de controlar e sendo mais recomendados para jogadores experientes.

Dark Souls de corrida

Falando em dificuldade, se você está acostumado com o modo clássico do jogo, que apresentava um nível de dificuldade único, então pode se preparar para sofrer muito no modo Nitro-Fueled. Jogar no Normal já será o suficiente para te provar que não dá para sair nem do começo do game sem conhecer muito bem as mecânicas de derrapagem, saltos e como conseguir boosts de velocidade a todo momento. Terminar a campanha no Difícil será um feito para poucos.

É preciso ter maestria nas mecânicas do jogo para conseguir zerar no Hard.

Os gráficos estão lindíssimos e cada pista é de cair o queixo. A sensação é um misto de nostalgia com algo totalmente novo e empolgante – mas ainda sendo fiel ao original. As músicas também são as mesmas dos outros jogos, mas completamente refeitas para acompanharem o belo visual desta versão. Para completar, a maior surpresa de todas foi o jogo estar dublado em português! Todos os diálogos e interações entre os personagens no meio das corridas estão totalmente em português brasileiro e com vozes muito semelhantes às originais, deixando tudo mais legal ainda!

De todas as versões, a de Switch é a mais inferior. Já era de se esperar que houvesse um downgrade no visual para o console da Nintendo conseguir dar conta no modo portátil, mas os gráficos estão carregados de um serrilhado pesado que tirou muito da beleza do jogo. Os loadings também estão consideravelmente mais longos nesta versão e as vezes o jogo pode até crashar (juro que não foi um trocadilho) e fechar sozinho. A única vantagem em adquirir a versão de Switch seria poder jogar a qualquer hora e em qualquer lugar, mas ainda é recomendado jogar em outra plataforma – principalmente no PlayStation 4, que possui conteúdo exclusivo.

Crash Team Racing Nitro-Fueled revive muito bem a glória do último jogo do Crash feito pelas mãos competentes da Naughty Dog e é um dos melhores jogos deste ano. Ele é atrativo tanto para os fãs das antigas quanto para novatos, trazendo uma boa quantidade de novidades e renovando com excelência o que já era bom. Agora, será que seria pedir demais para a Activision finalmente trazer um jogo inédito do nosso marsupial preferido?