Como seriam jogos em primeira pessoa na terceira pessoa?

Muitos jogos conseguem instigar a nossa curiosidade ao nos colocar na pele de um protagonista com visão em primeira pessoa, essa que é mais popular dentre o gênero FPS mas também vem sendo incluída em outros tipos de games há alguns anos. O foco de um jogo com esse tipo de visão seria emergir o jogador de um modo que ele se sinta na pele do personagem, onde a sensação transmitida é que compartilhamos a mesma visão do ser fictício que controlamos.

Apesar da experiência in game ser bem diferente se comparada a jogos com visão em third person, em muitos casos de jogos first person nós nem sequer temos o prazer de ver a aparência física do nosso personagem, e isso acaba criando algum complexo em nossa mente onde nós queremos vê-lo a qualquer custo, e a partir disso começa a surgir outro tipo de curiosidade: como seria jogar esse game em terceira pessoa?

Esse post é dedicado para descobrirmos como seria alguns jogos em primeira pessoa na terceira pessoa, onde só podemos desfrutar de tal coisa jogando no PC e com o uso de mods, que são modificações criadas pelos próprios jogadores que podem melhorar a experiência no jogo ou simplesmente deixa-la completamente bizarra. Confira agora os títulos que selecionamos para vocês matarem essa curiosidade infindável.

Mirror’s Edge (EA – 2008)

Em 2008 a EA estava lançando um jogo que levou os jogos em primeira pessoa a outro nível, o aclamado Mirror’s Edge que nos coloca na pele de um dos maiores símbolos do girl power nos games, a corredora Faith, e uma vez que estivermos na cidade quase que monocromática do game, nosso objetivo é passar pelas mais variadas fases fazendo movimentos incríveis de parkour.

Fazer parkour é algo bem comum em vários jogos (a Ubisoft que o diga), mas naquela época não tínhamos tantos títulos com foco nessa prática que veio ganhando mais força com o passar dos anos, e Mirror’s Edge não só nos apresentava o parkour em primeira mão mas também nos dava a sensação de ser um praticante do mesmo, afinal os movimentos eram muito plásticos e realistas (esse foi um dos principais motivos do jogo causar motion sickness em muitos jogadores).

Um certo dia um jogador não estava mais satisfeito em fazer acrobacias na perspectiva de Faith e resolveu fazer um mod para que pudéssemos jogar tudo na terceira pessoa. O resultado foi no mínimo assustador, confira:

Vídeo por Ovendonkey

Primeiramente vale ressaltar que a developer não tem culpa nenhuma nisso, afinal o jogo foi feito pra ser jogado em primeira pessoa e apesar das animações serem boas, elas não foram feitas para fluir bem em third person view. Podemos notar que as únicas partes do corpo de Faith que se mexem são as que vemos quando jogando em first person, os braços e as pernas no caso, e o resto do corpo da personagem é basicamente inanimado, o que torna tudo extremamente bizarro. Ainda assim, convenhamos que é algo bem engraçado de se ver.

Far Cry 3 (Ubisoft – 2012)

Se você achou as cenas do Mirror’s Edge fortes, então se prepare porque Fay Cry 3 na terceira pessoa é surpreendentemente pior. O FPS da Ubisoft já vem de uma longa franquia de mesmo nome nos colocando em lugares paradisíacos e com grande fauna, e acima de tudo sendo bem famoso por conter as cenas de cura mais hardcore já vistas em um game (afinal enfiar o dedo em um buraco de bala no seu braço não é um feito para qualquer um).

Quando modificaram Far Cry 3 pra ser jogado na terceira pessoa descobriram que vilão o Vaas acabou fazendo o protagonista perder a cabeça! Confira:

Vídeo por LeRobert91

Se já não bastasse o modelo do personagem não ter cabeça, ele também não tem animação para o simples ato de andar, como podemos notar no vídeo. Ao invés de dar passos, ele sai deslizando no chão e nos mostra que nós fomos enganados esse tempo inteiro. Se você é fã de Far Cry, ainda mais do 3 que é considerado por muitos o melhor da franquia até então, o jeito é se contentar com o jogo na primeira pessoa mesmo.

BioShock (2K – 2007)

BioShock foi um dos games responsáveis por garantir uma nova leva de fãs ao gênero FPS, pois o seu enredo excepcional e sua magnífica ambientação na cidade submersa de Rapture atraiu até jogadores que costumavam não gostar do gênero. Esse é um dos jogos em que nós não conseguimos enxergar nosso personagem em nenhum momento, a única informação que recebemos é que ele se chama Jack e bem posteriormente na estória encontramos uma foto do rosto do personagem, mas ainda assim não é o bastante para suprir nosso desejo de ver como Jack realmente é.

Algum jogador resolveu desvendar esse mistério de uma vez por todas e fez a descoberta do século. Se você ficou chocado com Far Cry 3 em terceira pessoa pelo fato do protagonista ser decapitado, BioShock consegue ir mais além, pois nele nós literalmente controlamos um par de braços ambulantes.

Vídeo por Nooby Chris

Se alguém culpou a Ubisoft por não modelar a cabeça do personagem, quem dirá a 2K que só se deu ao trabalho de modelar a única parte de Jack que vemos durante o jogo inteiro; seus braços. Isso não tira o brilho de BioShock, mas a dúvida de como é o Jack fisicamente continuará assolando a humanidade por muito tempo.

Resident Evil 7 (Capcom – 2017)

Para encerrar, vamos descobrir como seria em third person o mais recente capítulo da famigerada saga de survival horror (ou quase) Resident Evil. O sétimo capítulo desse clássico voltou com o tão amado terror pedido pelos fãs, tal fator que foi sendo perdido cada vez mais nos títulos da série desde Resident Evil 4, lançado em 2005, onde a franquia começou a trilhar um caminho mais voltado para os jogos de ação.

Esse game não só marca o retorno do survival horror como também uma mudança radical no gameplay, afinal pela primeira vez jogamos um Resident Evil em primeira pessoa, o que contribui bastante pros sustos que iremos tomar ao longo das nossas jogatinas. Resident Evil 7 sofre da mesma síndrome de BioShock, em nenhum momento nos é revelado a aparência do protagonista Ethan, onde sempre que a cena ameaça mostrar seu rosto algo acaba impedindo de enxergarmos as feições do personagem.

Não demorou muito para que algum fã mais aficionado modificasse o game para tentar ver o rosto do personagem, mas eis que ele também sofre da mesma síndrome do protagonista de Far Cry 3: Ethan é um corpo sem cabeça.

Vídeo por wilsonson

Antes de continuarmos culpando as developers, existe uma razão para alguns desses jogos em primeira pessoa terem modelos de protagonistas sem cabeça. Isso acontece para que a câmera do jogo não venha a bugar e entrar dentro da cabeça do personagem (caso houvesse uma), pois se isso acontecesse teríamos um grande show de horrores, porque provavelmente estaríamos enxergando os glóbulos oculares por dentro do modelo 3D. Ainda assim, alguns jogos conseguem ser em primeira pessoa e ainda contar com personagens “inteiros” com perfeição, como o próprio Mirror’s Edge já citado e o todo poderoso Overwatch por exemplo.

Com tudo citado e mostrado até aqui chegamos à conclusão de que jogos em primeira pessoa devem permanecer desse jeito e jamais serem modificados, a velha regra do “não mexer no que está quieto” deve ser aplicada nesse caso. Apesar de ser interessante vermos tudo numa perspectiva diferente, nem todo jogo é um Fallout ou um Skyrim que são bons de se jogar tanto em primeira como na terceira pessoa, e por conta disso é melhor nos preocuparmos mais com o que o jogo tem a oferecer do que com essas coisas supérfluas.

Mesmo assim, uma coisa é certa: você nunca mais vai jogar um jogo com visão em primeira pessoa sem o pensamento de que seu personagem não tem cabeça.