Call Of The Sea – Review

call of the sea

Queremos agradecer a Raw Fury por nos enviar uma cópia de Call of The Sea para análise no PC (via Steam)

O escritor de terror HP Lovecraft teve um tremendo impacto no mundo dos videogames, algumas que dividem, opiniões como Call of Cuthulhu. No entanto, Call Of The Sea da desenvolvedora Out Of The Blue é um dos exemplos mais interessantes de uma narrativa Lovecraftiana nos últimos tempos.

Um suspense cheio de aventura

Diferente dos demais, ao invés de assumir a forma de um jogo de terror,  Call Of The Sea é um jogo de aventura (quase um walking-simulator) e puzzles com um enredo intrigante. O jogador assume o papel de Norah Everheart, uma mulher com uma doença misteriosa que viaja para o sul do Pacífico. Ela está lá para encontrar seu marido, que partiu em uma expedição para encontrar uma cura para sua doença.

Embora Norah esteja sozinha em sua jornada, isso não prejudica a narrativa nem deixa o jogo entediante, pois ela é um dos elementos mais fortes de Call Of The Sea . Durante o caminho o jogador vai encontrando registros de áudio e cartas, desde o arrogante Roy até o genial Frank e devotado Harry, que vão ajudando a elucidar ao a aumentar o mistério sobre o que aconteceu com o marido de Norah e seu grupo.

No entanto, descobrir o que aconteceu com o grupo de Harry é uma experiência arrepiante. Pois quando encontramos nossas primeiras pistas, já nos deparamos com as tendas em completa desordem. Enquanto Norah atravessa a ilha as coisas parecem ficar cada vez mais desesperadoras, dando ao jogo uma sensação semelhante ao Gone Home.

Uma nova roupagem

Call Of The Sea não apela para os temas do gênero de terror cósmico, o jogo tem laços pessoais e tangíveis com seus personagens e temas gerais, e isso torna  Call Of The Sea ainda mais atraente e instigante. Não espere um jogo de terror, carregado de gore e jump-scare (as vezes temos isso, mas não é o foco), ao invés disso espere um leve e bom suspense carregado com uma trama envolvente com um poderoso impacto emocional (claro, dadas as proporções do que o jogo entrega ao longo da campanha, não pense em compará-lo ao The Last fo Us-Part II, pois…né, bom senso!).

Uma vasta ilha 

Call Of The Sea tem gráficos deslumbrantes, o estilo cartoon adotado pelos personagens torna-os mais carismáticos e permite que os criadores exagerem em seus cenários, deixando-os mais cartunescos e fantasiosos, suas selvas exuberantes comc ores saturadas, pântanos nublados e naufrágios. É uma direção de arte semelhante a Bioshock ou Sea of ​​Thieves.

Mas do que adiantaria um jogo bonito com uma jogabilidade travada? Felizmente Call Of The Sea acerta nisso também. Entretanto, não espera mecânicas revolucionárias, aqui temos um jogo de puzzle em primeira-pessoa, seus quebra-cabeças não são tão desafiadores, um ou outro vai precisar rachar bastante a cuca para ser resolvido. Confesso que algumas vezes tive que recorrer a ajuda de terceiros (gameplays do youtube) para resolver alguns puzzles, mas foi menos do que eu esperava. Por não ter uma dificuldade tão elevada, Call Of The Sea é uma boa porta de entrada para quem não gosta do gênero de puzzle.

Conforme Norah passa a entender mais sobre a civilização que vivia na ilha, cuja a tecnologia ela está usando para fazer seu caminho ao longo do jogo, ela e o jogador ganham alguma intuição sobre como resolver os desafios pelo caminho, tudo de forma orgânica e progressivo.

Considerações finais

Call Of The Sea  é uma ótima surpresa. Uma aventura com puzzles feito em um ritmo perfeito que consegue trazer uma trama bastante humana dentro do terror-cósmico, criando algo único. Sua jogabilidade pode atrair jogadores mais casuais que buscam apenas conhecer o gênero e se envolver em uma campanha misteriosa.

Distribuidora: Raw Fury
Desenvolvedor:
Out of the Blue Games S.L.
Gênero: Puzzle
Disponível para: Família Xbox One, Família Xbox Series Nintendo Switch e PCs.
Data de lançamento inicial: 8 de dezembro de 2020

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