Blasphemous 2 – Review

blasphemous 2

O Penitente está de volta, pronto para fazer da nossa vida um inferno! Blasphemous 2 dá continuidade ao aclamado indie do estúdio espanhol The Game Kitchen, que em sua primeira aventura roubou nossos corações com uma temática gótica, mecânicas soulslike e level design no estilo metroidvania. Parece uma combinação bastante confusa, mas pode acreditar que funciona melhor do que a gente imagina!

A sequência não se distancia muito do primeiro e tivemos apenas algumas melhorias em relação ao antecessor – o que é ótimo, já que Blasphemous era excelente em basicamente tudo que fazia. Agora temos um jogo mais rápido, mais prático e, em alguns aspectos, mais fácil (o que pode fazer a galera hardcore torcer um pouco o nariz); mas não se preocupe! Blasphemous 2 ainda está tão difícil quanto qualquer um poderia desejar.

Um novo trabalho para o Penitente

Já era difícil explicar a história do primeiro jogo e aqui continua igual, já que a narrativa de Blasphemous segue o mesmo estilo da série Souls. Isso significa que vamos coletando informações soltas aqui e ali, através de diálogos e outros pontos de interação, sem ter nada muito concreto ou objetivo. O que posso dizer é que o segundo é uma continuação direta do DLC do primeiro, Wounds of Eventide, então é recomendado jogar o anterior antes de partir para essa nova jornada.

A história do segundo é mais simples, sendo resumida a uma ameaça renovada do Milagre (antagonista do anterior) e o dever do Penitente de colocar fim à sua calamidade. Se você ainda não conhece esse universo, ele é ambientando em uma Espanha gótica e forjada em aspectos religiosos – no catolicismo, sendo mais preciso. Diversos elementos do jogo fazem alusão ao cristianismo, mas de uma forma mais fictícia.

O jogo ainda segue a premissa do seu antecessor: explorar um vasto mapa que deve ser desbravado gradativamente, conforme desbloqueamos novas habilidades e armas. A exploração é recompensada com upgrades para o seu personagem, todos sendo de grande importância para diminuir pelo menos um pouco todo o sofrimento das batalhas – pois se tratando de um soulslike, é de se esperar que seja bem difícil!

O destaque de Blasphemous é justamente combinar todas as mecânicas de combate da série Souls, como stamina, esquivas e parry, com elementos de metroidvania. É uma forma bem autêntica de se explorar ambos os subgêneros e, não menos importante, o mundo que construíram ali é cheio de charme. Apesar das animações estarem levemente mais fluidas, se colocarmos o primeiro e o segundo jogo lado a lado, percebe-se que a atualização gráfica foi mínima. Ambos são jogos belíssimos visualmente e, sinceramente, não precisava mudar (mas sempre tem alguém que se incomode com esse tipo de coisa).

O que tem de novo?

As maiores mudanças de Blasphemous 2 ficam a cargo do combate e de algumas praticidades na progressão do personagem. Diferente do primeiro, agora contamos com uma variedade de três armas disponíveis e não somente a espada. Você tem a possibilidade de escolher com qual começar, mas pode desbloquear as outras duas conforme joga. Isso inclusive traz um início de jogo bem livre, permitindo que o jogador busque o objetivo que preferir na ordem que desejar (depois ficando mais linear).

A variedade de armas permite criar combos devastadores, então foi uma adição muito bem-vinda. Não menos importante, agora temos um Penitente mais rápido, que consegue realizar ações com uma velocidade que não tínhamos no primeiro. Acredito que fizeram isso para deixar o jogo mais dinâmico e a diferença é notável. A lentidão do personagem foram um dos fatores que mais me incomodaram no primeiro game, então essa rapidez certamente fez bastante diferença.

Quem jogou o anterior também vai perceber que agora não morremos mais ao cair em espinhos ou penhascos, perdendo apenas uma porcentagem de vida. Alguns podem achar que isso tira um pouco da graça do jogo, pois acaba facilitando um bocado, mas eu particularmente não vi problema algum (afinal, nunca dispenso uma mãozinha). Outro ponto que ficou mais fácil, em termos de praticidade, é a forma como damos upgrades no Penitente.

Ainda contamos com todo aquele sistema de culpa e dos itens utilizados nos upgrades, mas agora você pode comprar todas as melhorias diretamente do menu de pause, sem precisar ir até a cidade. Além de ser mais rápido, também dispensa a necessidade de gastar seu ouro para isso, precisando apenas das Contas de Rosário. Isso será especialmente útil para recuperar sua barra de fervor, que diminui quando você morre. No mesmo esquema das almas da série Souls, você deve voltar até o lugar da morte para recuperá-la ou pagar uma boa grana para um NPC na cidade.

Outra novidade está na navegação, que agora indica onde é o ponto que você deve alcançar para prosseguir na história. No primeiro era bem fácil se perder, mas apesar dessa adição, continua sendo caótico se orientar pelo mapa, pois nem sempre é tão simples alcançar o destino imposto pela história. Isso não tira a graça da exploração, que é o que torna os metroidvanias tão especiais. O jogo ainda envolve muito backtracking para desbloquear novos caminhos, então não deixe de explorar!

Se você gostou do primeiro Blasphemous, não tem como não curtir o segundo. É basicamente o mesmo jogo com algumas melhorias e novas batalhas épicas. É até difícil dizer que são jogos diferentes, pois para mim, eles se complementam e formam uma obra única. Que venha o terceiro para fechar essa trilogia com chave de ouro.