A Way Out – Review

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Não me recordo qual foi o último jogo em que eu me identifiquei tanto com um personagem, como aconteceu com A Way Out, a ponto de ficar emocionado durante diversos momentos do jogo, e principalmente com o desfecho da história. E isso também aconteceu com meu parceiro de jogatina, Duda Pipipitchu, com quem dividi esta experiência em duas live streams, sim, A Way Out é mais que um jogo, é uma experiência, com o enredo cheio de referências a outros filmes, como os excelentes Um Sonho de Liberdade e Scarface, e também da aclamada série Prison Break.

O ponto que torna esse jogo ainda mais especial é o seu gameplay, obrigatoriamente em coop (local ou multiplayer), com a tela dividida na maior parte do tempo, com cada personagem realizando suas ações, as vezes em ambientes separados, as vezes no mesmo ambiente, e se ajudando em quase todo o desenrolar da campanha, que tem momentos em tensos em que as ações tem um tempo para serem feitas, caso contrário, o objetivo falha e o capítulo começa novamente.

A tela dividida com cada personagem traz uma dinâmica diferente ao game

O criador de A Way Out, Josef Fares, é o mesmo de Brothers: a tale of two sons, que também tem uma mecânica diferenciada em sua jogatina, onde o jogador controla os dois irmãos ao mesmo tempo, resolvendo os puzzles para avançar no game.

A identificação com os personagens começa na tela de seleção, que trás uma ficha com as informações básicas dos dois protagonistas e também um background para conhecermos um pouco melhor cada um, vamos a eles:

Leo Caruso, tem 36 anos, foi criado em um orfanato e se envolveu com o crime cedo, tem uma personalidade confiante, com pavio curto e é um piadista, condenado a 8 anos de prisão por assalto à mão armada, agressão e roubo, já cumpriu 6 meses da pena, foi preso depois de ter participado do roubo de um diamante raro, e tem do lado de fora sua esposa e um filho.

Vincent Moretti, 43 anos, foi condenado a 14 anos de prisão por ter se envolvido com o crime organizado e também por assassinato, é uma pessoa mais racional, disciplinada e reservada, casou-se com sua namorada do colégio e se acomodou em um trabalho no setor bancário.

A história começa com Vincent chegando na prisão, e Leo em seu banho de sol, observando o novato em seus primeiros passos em sua nova “casa”, após todo o processo de entrada, os dois vão para suas celas, lado a lado, e dai tem início a relação entre os dois. No dia seguinte Leo se envolve em uma briga, e Vincent acaba sem querer no meio da confusão, ajudando Leo a se safar de outros presos que, a mando de alguém de fora da prisão, queriam mata-lo, o mesmo acontece mais tarde no refeitório, com Leo novamente sendo ameaçado, e Vincent o ajudando. Assim os dois vão parar na enfermaria, e ali iniciam uma história juntos, na tentativa de escapar da prisão e ir atrás de uma inimigo em comum, que foi o responsável pela prisão dos dois.

Um dos momentos de maior cooperação entre os jogadores, errou, caiu!

A fuga acontece, e confesso que não esperava mais do jogo, já que tinha visto apenas o anúncio dele na E3 e nada mais, mas o jogo tem muito mais, após a fuga temos momentos de interação com as famílias, carros, motos, barcos, perseguição dentro de um hospital, tiroteios intensos e uma reviravolta que, se você prestar bastante atenção aos detalhes durante o desenrolar da história, não é tão surpreendente, mas que choca mesmo assim, a partir dai o jogo toma outro rumo e pega os jogadores de uma tal maneira, que como disse no início, marca e emociona. Em alguns momentos, temos que fazer escolhas, na maneira em que iremos resolver a situação, podemos escolher entre a forma que Vincent resolveria o problema, mais na conversa e na calma, ou na maneira do Leo, mais agressivo e sem muita paciência, as escolhas não interferem no fim da história, apenas muda a forma de passar por aquele trecho.

A ação continua fora da prisão, com perseguições frenéticas

O jogo tem alguns pequenos problemas de física, principalmente quando se está pilotando algum veículo, mas nada que atrapalhe a experiência.

Por fim, A Way Out é uma grata surpresa, praticamente um filme, com muitos diálogos, muitas cut scenes e uma história, que alguns podem achar curta, já que a campanha tem de 6 a 7 horas de duração, mas que prende o jogador e o leva numa jornada de ação, cooperação e muita emoção.

Este review foi realizado com um cópia do jogo disponibilizada pela EA.