A Maldição da Freira – Crítica

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Toda vez que assisto um novo filme me pergunto do porquê este filme foi feito. Creio que cada novo filme deve emergir, pelo menos, alguma discussão ou novidade seja na forma ou no conteúdo. E esse filme consegue trazer apenas uma boa novidade. É realmente uma pena, porque essa novidade diz respeito a proposta inicial: um found footage ambientado nos anos 60. O filme consegue tirar proveito dessa premissa, mas peca miseravelmente na execução, caindo em clichês que entediam totalmente o filme.

Por se tratar de um filme que se passa nos anos 60 no formato de found footage, o filme traz a novidade de uma gravação de baixa resolução, com imagens escuras, dimensão 4:3 e muitos ruídos audiovisuais. Essas características contribuem muito para a ambientação de um filme de terror. Porém, infelizmente, só isso não se certifica de que o filme será original. Pelo contrário, o filme não passa de um compilado de clichês de filmes de terror (só que numa atmosfera sessentista), uma qualidade não muito favorável para um gênero que preza pela surpresa.

O filme é rodado em 4:3. Com o quadro mais fechado, a sensação de sufocamento tecnicamente era para ser maior.

A proposta de suspense crescente dos filmes de terror também não está presente. Nos são apresentados alguns personagens, todos eles unidimensionais e pouco desenvolvidos, estampando, obviamente, na cara do espectador: “desse personagem você vai levar um susto”. Sendo um filme de curta duração, estendendo-o, talvez as situações e personagens poderiam ser melhores apresentados.

Além disso, o filme é um found footage em sua proposta, mas não o é em sua essência. Por conter um plot totalmente maçante e previsível, a forma não se mantém fiel a sua proposição inicial. No filme há diversos jump scares que ocorrem simultaneamente com sons estridentes. Uma combinação cômica se pensarmos que alguém pegou o suposto “material encontrado” e editou, colocando sons artificiais. Outro artifício que falha ao causar suspense é que a cada minuto tem uma falha no rolo de filmagem, deixando a tela totalmente branca. Isso se mostra muito mais irritante do que aterrorizante.

Todo recurso usado em demasia, além de subestimar, cansa o espectador. Esse filme não usa apenas seus próprios recursos com exagero, mas todos os procedimentos que se repetem em todos os outros filmes de terror.